A história da Congregação no Brasil inicia o relato de Dianópolis assim:
“Em 1952, estando Madre Benigna e Madre Consolata na Câmara de Deputados, no Rio de Janeiro, tratando da casa da Gávea, conheceram dois políticos goianos: Dr. Leal e Dr. João d’Abreu. Quando eles souberam que aquelas religiosas eram educadoras, manifestaram-lhes o desejo de que fizessem uma fundação em Dianópolis, pequena região do seu Estado – hoje sudeste do Estado de Tocantins. Dr. Leal era de uma família tradicional dessa cidade e, apesar de residir no Rio de Janeiro, não se esquecia de seu torrão natal; desejava vê-lo progredir”.
Assim começa nossa história, uma história vivida ao longo de 67 anos. Uma história, na qual muitas coisas aconteceram, como acontece na história de cada um de nós, de cada pessoa. Momentos de alegria, de crescimento, momentos de dor, de sofrimento, de paz, de tristeza... Todos os momentos que foram vividos como acontecimentos, acompanhados pela presença de Deus, se convertem, em um determinado momento, em motivo de gratidão, porque todos ajudaram a formar o que hoje é o Colégio João d’Abreu e não só o Colégio senão toda a cidade.
Muitas gerações passaram por este Colégio, e cada geração, com certeza, se lembrará das Irmãs que deixaram parte de suas vidas com todo carinho, semeando esse amor a Jesus Cristo, único sentido de nossa missão. Entre as primeiras Irmãs, temos os nomes de Ir. Amparo (M. Aránzazu) como diretora do Colégio, e Madre Belém como superiora da Comunidade... Depois passaram Ana Lourdes, Salette, Libânia... e outras Irmãs das quais vocês se recordam. Agora, Ana Lúcia, Darilene, Laura, Divina...
O motivo principal desta Eucaristia, é agradecer a Deus por estes 67 anos da presença da Congregação em Dianópolis. Vocês agradecem às Irmãs, mas hoje, eu, em nome de todas as Irmãs brasileiras, e em nome de toda a Congregação, quero agradecer a acolhida e o carinho que sempre ofereceram a toda Irmã que chegava; era carinho verdadeiro à Congregação. Eu mesma o experimentei, nestes anos em que acompanhei as comunidades e obras, no Brasil.
Neste momento, também há lágrimas; deixem que saiam, é bom. Eu sempre digo, se nós não chorássemos ou vocês não chorassem ficaria muito estranho. Não é? Parecia que não há carinho, que não se importam que vamos embora, que não nos importam deixar vocês..., mas, não podemos ficar assim. A vida continua, fizemos o mais importante: semear... ainda que também recolhemos frutos.... Mas, aquilo que semeamos, caiu em uma terra, vocês são a terra na qual caiu a semente. Lembremo-nos da parábola de Jesus no Evangelho... uma semente caiu em terreno pedregoso; outra, entre espinhos; outra à beira do caminho, e... outra, em terra boa, e deu fruto... Importante perguntar-se: eu, que terra sou? Que terra preparei para receber essa semente?
Agora, outras pessoas continuarão semeando e acredito que muito bem. Deixamos o Colégio e o Asilo em muito boas mãos. O Asilo à Associação dos Vicentinos, e o Colégio a uma Congregação que acredita na educação, uma Congregação que está muito especializada em educação. Nós não deixamos sozinhos vocês... Dianópolis continua tendo presença de Vida Consagrada feminina. Era uma das preocupações que vocês manifestaram, quando comuniquei que tínhamos que deixar o Colégio. Deus escutou as orações de todos e acredito que foi Ele que velou por Dianópolis. Talvez pela intercessão de Madre Belém. Vamos continuar encomendado a ela essa terra, o Colégio, o Asilo, e cada um de vocês.
“Não fiquem tristes, diz Jesus, vossa alegria se tornará em gozo”. Gratidão por sempre!
Mercedes Esquirol Vives, adc
Escrava do Divino Coração